Imbécil
Imbé, cavalos crioulos e salsichas
A administração de Imbé optou pelo pior caminho para atrair turistas: liberar alvarás indiscriminadamente. Oferecer serviços e favorecer o comércio sem critério é um recurso comum dos prefeitos de nossas praias. Este modelo equivocado faz crescer um comércio pobre, sem inovação e auto-fágico, que faz os concorrentes devorarem-se uns aos outros. Na avenida principal de Tramandai, por exemplo, estão alocados quase 40 – carrinhos e 30 deles são de crepe no palito. Vejam o circulo fatal:
- a prefeitura libera alvarás demais e sem critério;
- o empreendedor investe suas economias num carrinho de cachorro-quente (vamos trabalhar curtindo a praia, nega véia!);
- vários empreendedores têm a mesma idéia, então ninguém ganha dinheiro;
- por causa da perversa concorrência, o empreendedor recorre a baixar seus custos para atrair a clientela.
- para baixar os custos, o empreendedor compra matéria-prima de segunda categoria;
- se comprar um cachorro-quente de segunda, o bom cliente não gosta e não volta;
- volta apenas o cliente que não se importa em comprar um cachorro-quente de segunda;
- a praia acaba atraindo apenas os turistas que não se incomodam em comprar um cachorro-quente de segunda;.
- quem não se incomoda com um cachorro-quente de segunda, também agüenta o keke karaoque e faz xixi na frente da casa dos outros.
Adeus Kekê Karaoquê
Passaporte de acesso para Florianópolis, uma idéia cada vez mais sensata.
A coisa se repetiu em 2009. Não cabe mais gente em Florianópolis. Nesta época do ano aproximadamente mais 400 mil pessoas somam-se aos habitantes nativos. No Natal e Ano Novo falta água. Falta luz. Falta comida em restaurantes. E sobram filas. Filas para ir à praia. Fila para o restaurante. A RBS não apóia – que manda na Ilha – o movimento em prol da restrição de acesso a Ilha para quem não é nativo. Assim como em Fernando de Noronha, você compra um passaporte de acesso válido por alguns dias, pagando multa diária após a expiração do prazo. É uma boa idéia e eu compraria para ter mais tranqüilidade.
Campeonato de fogos é uma chatice
No ano passado, sucumbi a Florianópolis na virada do ano. Meio resistente, atendi ao pedido de minha esposa e fomos ver o “festival” de fogos na Beira-Mar. Anunciavam que seria o recorde nacional: 14 minutos de explosões. Havia meio milhão de pessoas, naquele clima de renovação, brindes, coisa e tal. E então, ao final da contagem regressiva, finalmente o momento sublime dos fogos. Maravilhosos nos primeiros cinco minutos. Nos 10 minutos de queima, o pessoal já estava meio de saco cheio. Acho que a magia dos fogos de artifício está na sua fugacidade, quando se esvanece deixando aquele gostinho de “quero mais”. No entanto, recrudesce pelo Brasil a competição para ver quem fica mais tempo soltando foguete. Quanto mais longo, mais chato. Nessa eu não caio mais.
E que tal o Uruguai?
No Reveillon deste ano tomei o caminho contrário. Me fui para o Uruguai, seguindo a propaganda feita pelo Gilton Frisina e pelo senador Poli. Escolhi Punta del Diablo, uma pequena praia entre rochedos, há 50 quilômetros do Chuy. Entrei no www.puntadeldiablo.com.uy e escolhi uma cabana bem legal, a 80 dólares a diária. De frente para o mar. Não tem stress na fronteira, desde que você faça a tal “carta verde”, um seguro internacional para o carro. Ali nas bandas, têm várias outras praias muito bacanas, especialmente aquelas do Parque Santa Teresa, mantida pelo Exército uruguaio. Outras vantagens muito legais:
- Estrada sem stress
- Preços mais baratos
- Compras de queijos e champanhas no Chuy
- Não tem som alto
- Mar limpo
- Restaurantes muito bons (de frutos do mar)
- Povo tranqüilo e gentil
- Turistas (na maioria, jovens) de toda parte do mundo
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