Imbécil

Tenho uma boa casa em Imbé. Fica na avenida principal, de frente para o rio. Passei os melhores verões da minha vida naquele sobrado feito pelo meu avô Nikifor. Mas não vou pra lá há oito anos. Agora a família cuida do patrimônio e aluga para famílias de desavisados que vêm do Interior. O dinheiro da locação paga os impostos, a manutenção e ainda sobra algum troco para as tias. No verão de 2001, o Kekê Karaoquê instalou seu circo num espaço em frente a minha casa. Os arruaceiros cantavam bêbados até as sete da manhã e o vento sul os colocava dentro do meu quarto. Ao levantar, vi que a calçada (de grama) estava coberta de latinhas de cerveja, preservativos usados, além dos prosaicos xixi e coco. Fiz as malas e nunca mais voltei. Pelo que me contam, só piorou.

3 comentários:

TatiAB disse...

Que azar, hein? A casa da minha mãe, em Imbé, de onde escrevo neste instante, é muito sossegada. Nenhum vizinho tosco com música alta e nem baixarias de qualquer tipo. Vou pra beira da praia sem stress, aqui é longe do pointzinho da Santa Rosa e arredores.

Gabriel Disconzi Barboza disse...

Fora o cocô, há uma leve possibilidade de eu fazer parte do grupo de baderneiros...

Anônimo disse...

Boa Tarde senhor Edgar, eu sou bolsista do Professor Henrique Freitas e gostariamos de entrar em contato com o senhor. Por favor mande um e-mail para buba_bgr@hotmail.com
Agradeço desde já pela sua atenção.