Tu sabes o que significa o feriado de 20 de setembro?
O Rio Grande do Sul tinha uma economia baseada na criação de gado e vivia, sobretudo, da produção do charque (carne seca). O charque era vendido nas diversas províncias brasileiras (São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e na região nordeste), pois era muito utilizado na alimentação dos escravos.
Os produtores gaúchos, donos de imensas estâncias (fazendas de gado), reclamavam duramente do governo do império contra a concorrência que sofriam do Uruguai e da Argentina, países que também produziam e vendiam charque para as províncias brasileiras. Como os impostos de importação eram baixos, os produtos importados pelo Uruguai e Argentina chegaram a custar menos que a carne do Rio Grande do Sul. A concorrência estava arruinando a economia gaúcha.
Os estancieiros gaúchos queriam que o governo do império protegesse a pecuária do Rio Grande e dificultasse a entrada do charque argentino e uruguaio no Brasil. Eles também brigavam com o governo do império por uma maior liberdade administrativa para o Rio Grande do Sul.
Entre os principais líderes dos farroupilhas destacaram-se Bento Gonçalves, Davi Canabarro e José Garibaldi.
Em 1835, Bento Gonçalves comandou as tropas farroupilhas que dominaram Porto Alegre, capital da província. O governo do império reagiu energicamente, mas não teve forças suficientes para derrubar os farroupilhas. A rebelião expandiu-se e, em 1836, fundou a República Rio Grandense, também chamada República de Piratini.
A revolução Farroupilha só foi contida a partir de 1842, por meio da ação militar de Duque de Caxias. Além da ação militar, Duque de Caxias procurou entrar em acordo com os líderes farroupilhas. O acordo de paz assegurava vantagens básicas exigidas pelos fazendeiros gaúchos. O direito de propriedade era garantido. Os revoltosos não seriam punidos e receberiam a anistia (perdão) do império. Além disso, os soldados e oficiais do exército farroupilha seriam incorporados ao exército imperial, ocupando postos militares equivalentes. Os escravos fugitivos que lutavam ao lado dos farroupilhas teriam o direito a liberdade. Esta medida, entretanto, beneficiou pouco mais que uma centena de negros (a maioria tinha morrido durante as lutas).
No final, o Rio Grande do Sul acabou perdendo a guerra, contudo, os ideais de liberdade continuam no imaginário do gaúcho até hoje.
É isso aí. Por isso, nós, gaúchos somos tão orgulhosos de nosso Estado e até sabemos de cor o hino feito para a Revolução:
Como aurora precursora / Do farol da divindade / Foi o vinte de setembro / O precursor da liberdade / Refrão Mostremos valor constância / Nesta ímpia injusta guerra / Sirvam nossas façanhas / De modelo a toda terra / De modelo a toda terra / Sirvam nossas façanhas / De modelo a toda terra / Mas não basta pra ser livre / Ser forte, aguerrido e bravo / Povo que não tem virtude / Acaba por ser escravo
David Coimbra
- Ah pai, eu gosto do que ele escreve!
- Mas tu lê a coluna dele?
- Ãrrã, eu acho muito legal o que ele fala do filho dele, o Bernardo.
- Pois é filha, eu li a coluna dele sobre a ditadura na China esta semana e achei muito legal. Eu também já sabia da opinião dele sobre o cinismo. Penso como ele nestas duas circunstâncias...
- Não entendi, pai...
- O cinismo, filha, é o que nos permite viver
- Ãrrã...
- Com relação a ditadura...o povo exige autoridade...como um pai
- Ahh...tá...
Honesto e corajoso, David se revela o grande cronista gaúcho. Sem ser afetadinho, tem o talento de atingir do jovem ao velho, do torcedor ao filósofo. Pra mim, é o legítimo sucessor de Paulo Santana (o qual o tempo e a fama já permitem certas idiossincrasias).
Em quem eu vou votar?
Ninguém mais acredita
- que passar com carro de som na frente da minha casa
- que falar em “novo” no seu discurso
- que fizer chapinha nos cabelos
- que tenta me botar culpa perguntando se eu lembro em quem votei na eleição passada
- que não doar em Cartório 50% do seu salário para uma instituição de caridade (que não for dele próprio)
O meu candidato perfeito teria que prometer cinco coisas:
- derrubar o murro da Mauá
- dar novo uso aos corredores de ônibus
- fechar a EPTC e colocar os brigadianos na rua para cuidar do trânsito
- pagar pelo meu lixo reciclável e dar emprego digno para os carroceiros
- falar de metrô e não de ciclovia
Gremio Campeão
Com o pior time dos últimos dez anos, o Grêmio será campeão brasileiro, para desespero do Real Madrid colorado. Essa situação bizarra demonstra que o futebol atual pode viver apenas de esquema tático e preparo físico. Talentos como o Souza ou Roger não cabem num esquema desses. A fórmula não tem tanta mágica:
- Invista em meia dúzia de jogadores medianos que querem se projetar.
- Recheie com cabeças de bagre dispostos a dar o sangue.
- Contrate o melhor preparador físico e um bom técnico.
- Retire do time (e não pague) o jogador que não marque a bola o tempo todo.
O BarraShopping Sul vai aproveitar a vista pro rio?
O novo BarraShoppingSul abre no fim de setembro com novidades entre as 12 lojas âncoras. A primeiríssima delas é a Fnac, uma mega-livraria francesa que vai tragar minhas tardes de sábado. A outra é a Made in Brazil, uma loja de instrumentos musicais que vai tragar meus pensamentos enquanto estou na Fnac. A terceira e Mega Zone, um boliche com 16 pistas,
Outra novidade são os oito cinemas em formato de estádio, dizem que vai ser show!
Vamos ver se o BarraShopping aproveita mesmo a beira do Guaíba, coisa que o Museu Iberê Camargo e o Shopping Praia de Belas não fazem. O projeto mostra seis restaurantes com varandas de frente para o rio.
E se fosse no Rio Guaíba?
Tem jeito de ônibus, mas parece um barco. Tem hélice de barco, e também rodas de ônibus. Que veículo é esse, que vive lotado de turistas? É o inusitado ônibus que percorre as principais avenidas e pontos turísticos de Londres e depois bóia suavemente sobre as águas do rio Tâmisa, que corta a capital inglesa. Não tem como não pensar
O Caminho dos Livros
Seguindo o exemplo do Caminho dos Antiquários, que comemorou três anos de vida e que é um sucesso na cidade, atraindo gente pro centro aos sábados pela manhã, a Prefeitura criou agora o Caminho dos Livros, também aos sábados das 10 às 16h, na Riachuelo, na quadra entre a Borges e a Espírito Santo (Biblioteca Pública).
É muito legal, as banquinhas improvisadas de livros novos e usados. Pra completar a coisa, os livreiros teriam que dar um desconto de 20% como fazem na Feira do Livro, pra estimular o pessoal a ir lá no sábado. Seria um fortificante na venda deles. Mas de qq forma, se tu chorar um pouquinho ganha um descontinho de 10% em algumas bancas.
Ah, em dias de chuva não tem.