Pode ficar pior do que está?


Conforme o projeto, o empreendimento Pontal do Estaleiro, estimado em R$ 150 milhões, prevê a construção de cinco edifícios residenciais de 12 andares (220 apartamentos e uma área de 32.160 mil metros quadrados), um hotel com 200 apartamentos e centro de convenções, estacionamento com 1.449 vagas, prédios para escritórios e consultórios, uma marina, um píer para embarcações turísticas, uma esplanada pública de lazer e espaço para bares, restaurantes, lancherias e danceterias.



Com a sede da Fundação Iberê Camargo e o BarraShopping Sul, a região se consolida como um pólo de desenvolvimento da Capital.

Vamos falar sério. Aquela região pode ficar pior do que já está?


Quem é contra o Pontal adora Floripa

Os argumentos de quem é contra a construção do Pontal do Estaleiro Só somam vários aspectos:


  • Aspectos ambientais. Os do contra dizem que o Pontal vai gerar mais esgoto e impactar no rio; a altura dos prédios vai impedir a visão do rio e mudar a direção dos ventos... Contraposição deste colunista: o projeto prevê, lógico, tratamento do esgoto; hoje, sem os prédios, não é possível ver o rio; realmente a direção dos ventos pode mudar para melhor.

  • Aspectos legais. Os do contra apontam que uma lei específica para a área veda o uso do terreno para complexos habitacionais. Contraposição: os empreendedores (donos do terreno) podem construir um estacionamento de vários andares para ficar dentro da Lei. Serviria muito bem para o pessoal do shopping e do Museu Iberê.

  • Aspectos de exclusão social. Os do contra dizem que o povo não vai ter acesso. Contraposição: o projeto do Pontal prevê que 53% da área será para usufruto de toda a população. Além disso, o povo não tem acesso hoje.

  • E, claro, aspectos ideológicos. Os do contra dizem que alguém está levando dinheiro com isso. Contraposição: empreendedor que trabalha e desenvolve tem que ganhar dinheiro. Vereador que recebe propina tem que ir preso.

Aposto que esse pessoal do contra adora curtir as férias em Floripa, à beira do calçadão.

Não se come concreto e ferro

Busquei algumas manifestações dos contra em blogs:

  • “Se eles fossem representados na altura real revelaria a verdade: espigões que poluirão a paisagem e modificarão o regime dos ventos e outras mazelas devido à sobrecarga na orla”.
  • “Dizer que é integração da cidade com o rio e uma asneira formidável, pois nada mais é que um espaço de exclusão, pois o tipo de atividade que ali se desenvolve é seletiva assim como o acesso”.
  • “E...se o Guaíba transbordar como no ano de 1960, aqueles prédios perto do agora novo SHOPING (no Cristal) forem todos alagados, o térreo do prédio vai ficar embaixo dágua!”
  • “Capelas e torres são macaquice dos projetos imbecis dos petrodólares”.
  • “A imagem dos prédios é enganosa. Os prédios têm mais de 10 andares e a perspectiva faz com eles pareçam ter menos”.
  • Paris, Veneza... Quantos prediões vocês acham que tem lá? Não tem nenhum. Exatamente: ZERO. Paris, uma das cidades mais visitadas no mundo não tem nenhum predião residencial em canto nenhum”.

E a melhor de todas:

  • “Não se come concreto e ferro”. (uma alusão ao “não se come eucalipto”, dos invasores sem-terra aos laboratórios da Aracruz).

E onde fica o chope?

Enquanto rola o pau entre os contra e os a favor da construção do Pontal do Estaleiro Só, muita gente só quer saber o seguinte: onde tomar um chopinho na beira do Guaíba?

Depois que esculhambaram a prainha de Ipanema e demoliram o Timbuka, não há lugar em Porto Alegre para conviver com o rio Guaíba, tomar um chimarrão, um chope com batatinhas, ficar ali mosqueando e ver sumir o sol. (Nem vou considerar a opção do bar flutuante atrás do Gasômetro).

Pontal da Igreja Universal

Enquanto o pessoal fica brigando, os bispos vão se articulando. Se bobear, os caras botam um templo na beira do Guaíba. Seria algo bizarro a composição Fundação Iberê Camargo + Big + BarraShopping Sul + Templo Universal!

Estamos de parabéns pela derrota

Ouvimos o Celso Roth pelo rádio, antes do jogo em que o Grêmio levou três do Cruzeiro no Mineirão: "É decisão, mas com gordura".

É como o ginasta carioca que escorregou e caiu desastradamente na Olimpíada. Ou como a nossa ginasta gauchinha, que também ficou só no choro. Não tem problema, não. Já é uma vitória estar lá disputando. Para um atleta pobre, que passou tanto sacrifício, já é uma vitória ter se superado, ter chegado tão longe com a garra e a esperança dos brasileiros.

Então ouvimos dos atletas na saída: "A derrota foi um grande resultado. Estamos de parabéns. As pessoas reconhecem nosso esforço".

É isso aí. O Brasil sempre tem uma gordura.

Português ou Portugues?

Vocês querem ver como esses filólogos nunca conseguem facilitar? O Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, que estará valendo a partir de primeiro de janeiro do próximo ano, não deixa as coisas mais fáceis. Tenta acertar:

  • Manda-chuva ou mandachuva?
  • Guarda-chuva ou guardachuva?
  • Boia ou bóia?
  • Heroi ou herói?
  • Para-brisa ou parabrisa?
  • Pré-natal ou prenatal?

Mas, como nós sabemos, os brasileiros são muito rápidos e já criaram o conversor automático de textos para o novo acordo. Acessar em: http://www.interney.net/conversor-ortografico.php

Na China, Eloá estaria viva. O seqüestrador, morto.

No calor da novela em torno do seqüestro seguido de morte em Santo André, circulou pela Internet um vídeo demonstrando a ação da polícia chinesa num caso semelhante. O seqüestrador foi alcançado pela janela e fulminado com um tiro na cabeça. A vítima foi resgatada sem um arranhão.

No Brasil a rua é fechada, com 20 viaturas e 60 PMs. A negociação dura 36 horas, acompanhada em detalhes pela Imprensa. O bandido preso parece herói. Custo de alguns milhares de reais até o julgamento, cama, comida e boa vida na cadeia por muitos anos.

E mais:
  • Fecham uma escola para fazer de centro de operações logísticas;
  • A escola continua fechada por mais uma semana para que os alunos se recuperem do trauma;
  • Os comandantes policiais brigam entre si para aparecer na TV;
  • Os peritos da Unicamp são chamados para discutir se o tiro foi antes ou depois da explosão da porta;
  • O pai da vítima é descoberto como assassino de aluguel foragido;
  • O advogado da vítima sobrevivente entra com um processo de R$ 2 milhões contra o Estado;
  • A família estampa camisetas com o rosto da vítima;
  • A vítima sobrevivente pousa nua na Playboy (pelada e com os dentes quebrados!)

Zeca Stadium

O baita show do REM consagrou uma nova alternativa para espetáculos em Porto Alegre: o simpático estádio do Zequinha. A moçada gostou tanto que já rebatizou o colosso do Passo D’areia como Zeca Stadium! Masssááhh.