Fórmula 1 não é esporte.

Tecnicamente, a Fórmula 1, ao longo destes últimos anos, adequou pistas para a segurança máxima dos pilotos. Esta proteção infra-estrutural retirou toda a possibilidade de ultrapassagem “insegura”, dirigindo a sorte dos competidores a ser decidia nos boxes. Resignar pessoas a imaginar a sensação da velocidade constrói um mercado consumidor que torce por pilotos escondidos em capacetes, blindados de emoções. F1 não é esporte. O que buscamos lá é competividade, mas a F1 é um evento em que o primeiro colocado cede o lugar em nome da equipe. Como disse o Paulo Santana, isso “não pode ser sério”. Esporte, em muita medida, é um combate. Não que esperamos por mortes de pilotos, mas pequenos acidentes espetaculares na reta seriam bem legais. Fórmula 1 é um evento, um espetáculo de marketing, de sensações, de tecnologia. E dá um sono!

Protesto de carroceiro é dose!

Vejo que o chafariz Talavera foi danificado num protesto em frente a Prefeitura velha. Era uma marcha de protesto dos carroceiros. A fonte a gente conserta. O que parece não ter conserto é viver numa cidade onde as carroças passeiam como se no campo estivessem. Passam o sinal vermelho, trancam o fluxo e zombam da nossa cara. As carroças e seus cavalos não existem para o Estado, mas são um escárnio para os motoristas que desviam das bostas dos cavalos. E ainda ter que agüentar protesto de carroceiro, é o fim da picada!

Então a culpa é minha?

“Não reaja”. É isso que se ouve. “O fulano reagiu e foi baleado pelo bandido”. É isso que se lê. “Ainda bem que tu não reagiu”, foi o que ouvi dos amigos, depois que me levaram o carro na porta da vídeolocadora. Então, se eu reagir e for baleado a culpa é minha?! Então, se eu comprar um carro muito vistoso a culpa é minha?! Então, se eu tentar andar tranqüilo pelas ruas a culpa é minha?! A percepção de que há algo errado já está circulando entre as pessoas. A classe média, os que pensam, estão esperneando.

O Jabor também é ressentido

Na coluna “De onde virá o grito”Jabor exalta os gaúchos por sua consciência coletiva, pois que cantam de cor o hino rio-grandense e passam o chimarrão de boca em boca sem nojo. Daqui – e não de Sampa - sairá, segundo ele, o grito de “basta” contra o deboche. Bem, pra mim grito de “basta” também é ressentimento passivo. Eu pensando que Jabor falaria em pegar em armas, invadir o Planalto e depor à força esta camarilha. Que nada, ele também é um ressentido como nós. Os gaúchos têm essa consciência porque já viveram por mais de 16 anos o atraso do governo petista. Por enquanto, as armas que temos são nossos blogs, sites, panfletos, podscasts, orkuts...pra xingar esta gentalha. É o fim da picada e tenho dito.

Tem coisa pior que carro de som?


Tem coisa pior que carro de som vendendo badulaque na frente da tua casa? Dia desses me irritei e fui atrás para conferir. Era uma kombi velha. Dois guris vendiam água sanitária e amaciante de roupa. Hã? Isso mesmo. Tonéis dentro da kombi com uma mangueirinha improvisada. O pessoal chega com suas garrafas pet e o preço sai na hora: “dois litros de água sanitária é 1,50 reais”. “Me dá duas”, respondeu a velhinha. Pode a idéia dos caras?

O Big é matadouro

O fim da picada é comprar no Big da Sertório. Fui atraído pelos bons preços dos computadores e impressoras, divulgados em insistentes jornais coloridos enfiados na minha caixa de correio. Fui num dia normal da semana, tipo 19 horas, e me dei com aquelas filas sem fim, se esgueirando pelas gôndolas. Parei para observar pais de família cansados e entristecidos como bois esperando sua vez para o matadouro, determinados a economizar alguns trocados. Deixei o carrinho num canto. Levaria uma impressora de 400 reais. Os caras deviam colocar um caixa especial para os eletrônicos! Fim da picada.