Causa de acidente no trânsito é chute

Ninguém sabe quais são as causas dos acidentes de trânsito no Brasil. A última compilação de dados do Denatran é de 2003 e do Detran-RS é de 2005. Pesquisa realizada em 2006 pela Universidade Federal do Rio de Janeiro aponta que 85,2% dos Detrans não apresentam as planilhas determinadas pelo SINET, sistema que deveria consolidar os números do trânsito no País. A pesquisa da UFRJ verificou deficiências relevantes, já que dados como a idade média da frota, a presença de álcool nos envolvidos nos acidentes, os custos e os indicadores que relacionam as fatalidades com a frota, população e quilometragem percorrida não são apresentados em mais de 90% dos sites dos Detrans. Isso impossibilita que técnicos e pesquisadores possam avançar na busca do entendimento das suas causas e efeitos. Ou seja, ninguém sabe ao certo que causa combater. Não é o fim da picada?

Na confusão, também tenho os meus palpites

Na confusão das estatísticas de acidentes de trânsito, as ONGs e os jornais deitam e rolam projetando os percentuais mais apavorantes para tremer o pessoal nas vésperas de feriados e férias. O fato é que nunca saberemos se o barulho da mídia vai diminuir os acidentes. "Não tenho ilusões de que campanhas pontuais em véspera de feriados e ações de curto prazo mudem a cabeça das pessoas", disse Diza Gonzaga, presidente da Fundação Thiago de Moraes Gonzaga, ao Correio do Povo no final do ano passado referindo-se à campanha recente "Violência no Trânsito - Isso Tem que Ter Fim", do Grupo RBS. Bem, se é assim, eu também tenho os meus palpites:

Colocar tarjas pretas nas propagandas: “carro potente é coisa de impotente”
Currais de descanso forçado para os apressadinhos (o cara fica obrigado a estacionar e ouvir por 30 minutos um CD sobre direção segura)
Milícias civis para aumentar o efetivo nas estradas nos feriados
Ampliar o número de pardais falsos
Eliminar as carroças de circulação
Aumentar o tamanho das placas

Duas reflexões interessantes sobre as estatísticas de trânsito

Um exemplo: O número “oficial” de mortos no Brasil, vítimas de acidentes de trânsito, fica pelos 35.000 por ano. Porém, sabe-se que são contados apenas aqueles que morrem no local do acidente, pois não há um acompanhamento. Mesmo que a vítima morra na ambulância a caminho do hospital, ela não será contabilizada. Muitos acreditam que esse número passe dos 50.000 mortos por ano. Outro exemplo: Um estudo da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul verifica importante vínculo entre os índices de acidentes e de exclusão social. As capitais que apresentam os mais baixos indicadores de desenvolvimento social são as que apresentam as maiores taxas de fatalidade no trânsito. É o fim da picada!

Se a frota cresce os acidentes crescem, óbvio!

Se o Denatran é incompetente, a Fenabrave capricha nas estatísticas: as vendas totais, que incluem automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus, motos e implementos rodoviários, totalizaram em 2007 exatamente 4.248.275, o que representa um crescimento de 29,57% em relação a 2006. Segundo a Fenabrave, foram vendidas 1.708.640 unidades motocicletas novas em 2007, com um crescimento é de 32,68%. Se as indústrias vêm colocando em média três milhões de novos veículos ao ano nas nossas mesmas velhas e precárias estradas, é evidente o impacto sobre aumento do número de acidentes. É como enfiar 100 presos uma cela que cabe apenas 50. Vai dar choque. Mas isso nunca aparece em nenhuma reportagem? Porque nossos repórteres mancheteiam o crescimento do número de acidentes sem corrigir a proporção do aumento do número de veículos?

Pergunta do Zuk

Estava na lá capa da ZH um abobado a 194 km por hora na nossa free way. Um escândalo para a sociedade gaúcha! Então porque fabricam carros que vão a 220 km?

Por essas e por outras, eu vou de Kombi, tranqüilo da Silva

10 pequenas irritações de Natal

Presente quem vem sem a pilha (e sem aviso na embalagem). Fica aquela decepção na criançada: “não fica triste Pedrinho, amanhã o tio compra a pilha”. Que nada. Lá se vão as pilhas do controle remoto!

Achar o número 40 para o calçado que você gostou na vitrine. “Ah, esse modelo vendeu bem. Só temos o 43, serve?” É bucha!

Receber por mail as famigeradas felicitações de Natal em anexos de 3MB falando mesmices animadas. Algumas até em espanhol!

Ouvir gente dizendo que fica deprimida nessa época, pois foi traumatizada na infância...insistindo que Papai Noel não existe, que é apelo comercial...que chatice!!

Irritante mesmo é atravessar a faixa de segurança entre o Shopping Iguatemi e o Bourbon Country. Tanto para o motorista que sai do estacionamento do Iguatemi quanto para o pedestre apressado, é um stress. Fico me perguntando quando os caras vão se acertar para fazer uma passarela interligando os dois prédios? FOTO

Programar com todo o requinte a Ceia no salão de festas do edifício lá na cobertura e cair aquela chuva bem na hora.

“Obrigar as crianças a comer feijão senão o Papai Noel não vem”, segundo meu sobrinho.

Agora alguém inventou que Natal também é época de foguetes e rojões. Que coisa irritante!

Papai Noel azul, alimentando a rivalidade gre-nal , é de última.

A pior de todas: trocar o presente que não serviu. É quase certo que não tem mais e vais ter que desembolsar uns trocados a mais para levar outra coisa.

Canal Brasil: bloqueie para crianças

“A menina e o estuprador”. Este foi o filme que o Canal Brasil da NET nos brindou no dia 25 de dezembro. A criteriosa programação do Canal Brasil apresentava como especial natalino (às 22 horas) cenas de sexo explícito do mais baixo nível entre uma garotinha e dois barbados. Evidentemente, assiste quem quer e eu não vou dar uma de moralista aqui, mesmo com vontade de vomitar. O problema é que o Canal Brasil é o 66 na NET, bem ao lado do Canal Disney 67, notadamente um canal com programação infantil. Por muita sorte, privei minha filha de 10 anos de idade daquela barbaridade na noite de Natal. Bem, só resta bloquear, passar cadeado e esquecer. Esse Canal Brasil passa muito lixo. É o fim da picada!

Floripa versus Porto Alegre


É amargo reconhecer, mas os catarinas (também) nos ultrapassaram. Enquanto ficamos chorando as pitangas e “jogando cascas de bananas nos próprios pés” - como diz o deputado Nelson Proença, os nossos vizinhos nos deixam para trás de vez. A exemplo do lado oeste do Estado, pujante na indústria e serviços, Florianópolis que já nos dava uma baile em beleza agora nos supera astronomicamente em termos de administração pública. Vou te dar cinco razões eloqüentes, na ótica de um turista despretencioso:

Em Floripa as sinaleiras piscam depois da meia noite;
Em Floripa não há carroceiros;
Em Floripa não há esmoleiros nas sinaleiras;
Em Floripa não há sujeira nas ruas;
Em Floripa não há avenidas em obras intermináveis;
Em Floripa o PT não tem vez.
A foto motra o lixo na João Wallig, entre o Bourbon e o Country Club. Chique, né?

Passaporte de acesso para Florianópolis, uma boa idéia


Não cabe mais gente em Florianópolis. Nesta época do ano os 370 mil habitantes nativos (IBGE 2003) recebem a visita de um milhão de turistas. No Natal e Ano Novo faltou água. Faltou luz. Faltou comida em restaurantes. E sobraram filas. Filas para ir à praia (foto). Fila para o restaurante. Fila para ver os fogos na Beira-Mar. A Praia de Ingleses já virou a nossa Tramandaí. Coitados dos catarinas. Basta conversar com os nativos para ouvir sua irritação e indignação. Embora a RBS não apóie, já há um movimento em prol da restrição de acesso a Ilha para quem não é nativo. Assim como em Fernando de Noronha. Você compra um passaporte de acesso válido por alguns dias, pagando multa diária após a expiração do prazo. É uma boa idéia e eu compraria para ter mais tranqüilidade.