
No entanto, ao ver que Abbie era uma mulher (o nome havia os confundido), o maestro voltou atrás. “Uma mulher não pode tocar trombone.” Fizeram duas novas audições usando a cobertura da tela de pano. E Conant também venceu nas duas vezes seguintes. E, assim, foi contratada à contragosto. Mas, resistiu na orquestra apenas por um ano. "Precisamos de um homem", insistiu o maestro. Conant foi aos tribunais, onde o maestro argumentou: "ela não possui força física para tocar trombone".
Mas, testes com aparelhos equipararam Conant a atletas. Peritos convocados a elogiaram efusivamente. Depois de oito anos lutando na Justiça, Conant foi reintegrada como primeiro trombonista. E ela precisou ainda mais cinco anos nos tribunais, pois a orquestra se recusava a pagá-la o mesmo que aos homens.
Abbie Conant só ganhou a causa devido a tela de pano. Nestes 30 anos, com audições regradas e com telas (para livrar músicos dos "preferidos dos maestros poderosos”), quintuplicou o número de mulheres em orquestras. E TODOS os ganhadores de audições com tela foram mulheres. A tela de pano possibilitou o uso da intuição, por isso, o comitê viu o que Conant realmente era. E a única maneira real de ouvir é com seus ouvidos e o coração. Legal, né?
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