David Coimbra

Valentina, minha filha de 11 anos, encontrou o David Coimbra, colunista da ZH, e pediu a ele um autógrafo. Perguntei a ela a razão da admiração:

- Ah pai, eu gosto do que ele escreve!

- Mas tu lê a coluna dele?

- Ãrrã, eu acho muito legal o que ele fala do filho dele, o Bernardo.

- Pois é filha, eu li a coluna dele sobre a ditadura na China esta semana e achei muito legal. Eu também já sabia da opinião dele sobre o cinismo. Penso como ele nestas duas circunstâncias...

- Não entendi, pai...

- O cinismo, filha, é o que nos permite viver em comunidade. Não fosse o cinismo, ainda nos mataríamos a tacapes.

- Ãrrã...

- Com relação a ditadura...o povo exige autoridade...como um pai em casa. As vezes, é preferível a arbitrariedade do que a omissão. Por falta de autoridade, o brasileiro está maleducado e impaciente. Precisamos de uma democracia com mais autoridade.

- Ahh...tá...

Honesto e corajoso, David se revela o grande cronista gaúcho. Sem ser afetadinho, tem o talento de atingir do jovem ao velho, do torcedor ao filósofo. Pra mim, é o legítimo sucessor de Paulo Santana (o qual o tempo e a fama já permitem certas idiossincrasias).